domingo, 25 de março de 2012

Não fuja de si mesmo


Existe no homem uma espiritualidade latente. Um software que nos é inato. Logo, ninguém foge, por mais racionalista que seja, de sua tendência a dar um sentido espiritual a sua existência. É desta base que surge a religião e toda a religião possui sua própria divindade. Até os ateus se prostram frente ao seu deus, que pode ser material, ou a própria defesa, acalorada de sua negação da fé. O fato é que a necessidade de crer, é a prova de que não se conhece, o objeto de sua própria crença. O medo motiva o respeito pelo desconhecido, afirmado em um culto, como fuga de uma realidade insuportável, a fé pelo medo da morte. Eu não preciso crer em Deus. Não sou criacionista tão pouco evolucionista, não compro pacotes fechados. Há fragmentos de verdade em tudo e o todo não se constitui de uma parte. Pinço verdades na mentira e tiro a mentira da verdade, logo em minha relatividade, não tenho convicções absolutas. Existe um sentido maior para a nossa vida, eu não preciso crer em Deus como fuga de um sentido que desconheço. Eu creio no sentido maior e creio em um Deus que não me julga. 

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