quarta-feira, 14 de março de 2012

Exterioridades versus relações viscerais


Incrível como as exterioridades se tornaram importantes para nós, de modo que agradar ou ostentar, tornou-se no estilo de vida de muitos. Não importando mais o que somos, mas o que temos. Não importando mais como estamos, mas como os outros nos vêem. Tudo está para o lado de fora, e ninguém ousa olhar para a interioridade, para a escuridão de seu próprio ser. Atores da irrealidade, complexando a vida em um cenário irreal, enquanto a vida passa na realidade, sem que o importante tenha seu lugar e vez. Receio que parte de nossa vida se vá, apenas no tempo gasto tentando provar aos outros que não somos o que somos, mesmo quando tentamos provar que não precisamos provar nada. Pobre ser humano, já nasceu na caixinha condicionante e só cresce dentro da dimensão da caixa e neste estado de condicionamento, esta caixa é seu mundo. É estranho, mas ninguém se vê como um ser finito sob o ponto de vista da materialidade. Tão certo como o dia de amanhã chegará, chegará a também a minha morte e a minha morte pode chegar antes. Percebo hoje que o que eu mais preciso é de relações viscerais, me sinto só neste mundo de interesses, de superficialidades, de uso e desfrute do outro. 

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