A verdade mais importante é a nossa verdade. A verdade de
quem somos, das nossas construções. Se não sei quem sou certamente não
encontrarei o meu lugar na vida. Há tantos caminhos e tantas identificações,
mas será que não estou julgando o outro, pelas minhas próprias doenças? Venho
descobrindo que o meu enigma é tão grande quanto o enigma do universo e que
nenhuma verdade me será útil, sem que antes a minha própria verdade se revele.
Se não sei quem sou, sigo transferindo, projetando e me enganando. Negando e
desprezando no outro a verdade que não gosto em mim. Sem autoconhecimento não
há relação, não há dialogo saudável para fora. Conhecimento de fora, sem
autoconhecimento é escuridão. Quem não olha para si, não vê o mundo como o
mundo é. Olhos bons são imparciais e quem se julga, não julga. Se minha verdade
está equivocada, minha vida é um equivoco. Para os teólogos de plantão, que me
consideram herege, cito as palavras de Jesus: “A candeia do corpo são os olhos;
de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se,
porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a
luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
João Luiz
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